Bia conquista Ouro com “requintes de crueldade” e Emmanuel Macron como espectador

Bia conquista Ouro com “requintes de crueldade” e Emmanuel Macron como espectador

agosto 2, 2024 0 Por editor

*Por Luciano Lima

A primeira Medalha de Ouro do Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris 2024 demorou, mas saiu. Foi no Judô e com requintes de crueldade. Tudo, é claro, no bom sentido.

Sejamos todos sinceros: o Ouro da judoca brasileira Beatriz Souza, na categoria +78kg, pelo menos emocionalmente, não veio na luta contra a israelense Raz Hershko, número 2 do ranking. Saiu na semifinal contra a número 1 do mundo, a francesa Romane Dicko.

Por que com “requintes de crueldade”? Bia venceu Dicko por ippon no golden score e em plena Arena Campo de Marte completamente lotada. E mais: com a presença do presidente da França, Emmanuel Macron. Romane Dicko era a barbada do dia para boa parte do mundo, principalmente para os franceses. Mas excesso de confiança derruba até mesmo os grandes campeões.

A grande verdade é que a brasileira Bia Souza, ao derrotar Romane Dicko, deu um banho de água congelante nos franceses. É mais ou menos parecido com a vitória do basquete brasileiro sobre os Estados Unidos no Pan de Indianápolis em 1987, no Market Square Arena.

Por instantes, fiquei pensando (ou melhor, rindo) no presidente Macron que assistiu, ao vivo e a cores, a derrota de umas maiores judocas da história da França. Seria Emmanuel Macron, que ainda não tinha ido à arena das competições do Judô, um novo “Mick Jagger” da França? Não tinha que ser tão cruel assim! O presidente da França foi salvo pela lenda francesa Teddy Riner, que aos 35 anos se tornou tricampeão olímpico dos pesos pesados no judô. Ufa, Macron!!!

Encerro parabenizando a linda conquista da Medalha de Ouro da guerreira Beatriz Souza, não esquecendo da prata de Willian Lima (66kg) e do bronze de Larissa Pimenta (52kg). Espero que essas conquistas tragam de volta os investimentos que o Judô brasileiro tanto precisa. O esporte sofre há anos com a falta de recursos.

*Luciano Lima é historiador, jornalista e radialista

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