Regiões metropolitanas precisam de R$ 15,5 bi por ano em mobilidade
maio 15, 2023Estudo da CNI aponta o volume de investimentos para a mobilidade equivalente ao México e Chile
O volume total de recursos é grande: R$ 295 bilhões. O prazo torna a conta razoável: até 2042. Um estudo da CNI (Confederação Nacional da Indústria) aponta que as 15 principais regiões metropolitanas precisam desse volume de investimentos em infraestrutura para que entremos no mapa da mobilidade adequada às necessidades urbanas. Se pararmos para fazer as contas, veremos que são R$ 15,5 bi por ano a partir de agora. Dividindo por região, teremos R$ 1,03 bi por ano até lá. A conta fica mais fácil de digerir.
A questão principal não é o volume de dinheiro necessário e nem a falta de projetos. Há pesquisadores de sobra debruçados sobre o tema de como iremos nos locomover no futuro. Será que precisaremos de tanto tempo em deslocamentos com o avanço digital e com áreas de moradia ociosa nas áreas centrais das cidades?
Viabilidade
O estudo da Confederação (pode conferir aqui) aponta para a necessidade de estabelecer parcerias entre poder público e iniciativa privada para atingir o objetivo. Atualmente, o DF aplica R$ 600 milhões por ano para subsidiar o sistema de transporte funcionando como funciona. A simples troca da matriz movida à diesel por veículos elétricos – fabricados no Brasil – já tem possibilidade de reduzir o custo operacional em 60% ou mais. Só isso, já liberaria boa parte do caixa para os investimentos em aprimoramento do modelo.
Modais e tecnologia
O estudo da CNI concentra a maior parte dos recursos em ampliação das linhas de metrô (R$ 271 bilhões); em seguida ampliação dos trens metropolitanos (R$ 15 bilhões); por fim, os BRT´s (R$ 9 bilhões). Falta um estudo sobre a ampliação do transporte por ônibus, mas alterando o modelo para veículos elétricos ou híbridos. A equipe do VP conheceu uma fábrica brasileira de ônibus elétricos. A empresa exporta para Oceania e compara os custos das duas tecnologias com ampla vantagem para um sistema baseado em captação de energia fotovoltaica para abastecimento dos veículos que fazem linhas de curta e média distância. Para as mais longas, o investimento correto é com ônibus híbridos.
Brasil pedala pouco
O Brasil pode avançar também em modais complementares. Atualmente, apenas entre 0,8% a 2,4% do transporte urbano é feito com bicicletas nas regiões metropolitanas. Já em Bogotá (Colômbia), a taxa é de 7%; 4% em Santiago (Chile) e 13% em Berlin (Alemanha).
As 15 regiões metropolitanas estudadas pela CNI são: Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Belo Horizonte, Goiânia, Belém, Fortaleza, Natal, Salvador, João Pessoa, Maceió, Porto Alegre, Recife e Teresina.
Foto: Renato Alves/Agência Brasília