
“Vitória” de Maduro: eleição não se ganha, se toma.
julho 29, 2024*Luciano Lima
No último dia 24 de julho, escrevi o artigo “Lula Lula vs Maduro: “Lucha Libre” ou apenas imprudência diplomática entre dois amigos?” e em um dos trechos, disse que “a única coisa nessa história toda que poderia realmente me causar um grande espanto, seria a vitória de Edmundo Gonzáles Urrutia em um sistema eleitoral que é completamente dominado pela ditadura de “carteira assinada” da Venezuela”. E foi o que realmente aconteceu.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela anunciou na madrugada desta segunda-feira (29) a vitória do ditador Nicolás Maduro, nas eleições presidenciais deste domingo (28). A oposição contesta os resultados e disse ter havido fraude “grosseria” para modificar os resultados.
As eleições na Venezuela foram marcadas o tempo todo por tensões, perseguições políticas, impugnações de adversários dos chavistas e o processo completamente comprometido. Além disso, vários eleitores foram proibidos de votar e a maioria esmagadora dos venezuelanos residentes no Brasil não conseguiram participar do pleito.
A vitória de Maduro já era esperada. É impossível em uma ditadura haver democracia e lisura em qualquer coisa. O que temos que esperar agora é a posição do Brasil. Como o governo Lula vai se comportar diante da “vitória” de Maduro? Vai reconhecer ou questionar? No campo político, é infantil ou ingênuo achar que o governo brasileiro torcia para uma derrota do ditador venezuelano.
O que posso dizer é simplesmente, e infelizmente, desejar os meus mais sinceros sentimentos de pesar a todo os venezuelanos, que sonhavam com um país livre e mais feliz. Maduro reafirma, mais uma vez, que eleição não se ganha, se toma.
*Luciano Lima é historiador, jornalista e radialista