O caso do “Homem-Bomba” do STF ainda precisa de inúmeras respostas

O caso do “Homem-Bomba” do STF ainda precisa de inúmeras respostas

novembro 16, 2024 0 Por editor

Por Luciano Lima

Os motivos que levaram Francisco Wanderley Luiz, conhecido pelos mais próximos como “Tiu França” e nacionalmente como o “Homem-Bomba do STF”, a explodir “bombas” na área da Praça dos Três Poderes, em Brasília, ainda precisam ser minuciosamente esclarecidos. Respostas são aguardadas por toda a sociedade brasileira.

Já se sabe que Francisco Wanderley Luiz tinha 59 anos e era chaveiro em Rio do Sul, cidade de 72 mil pessoas na região do Alto Vale do Itajaí, a 200 km de Florianópolis.

Em 2020, ele concorreu a vereador pela cidade usando o nome “Tiü França”, mas recebeu apenas 98 votos e não foi eleito. Ele foi candidato pelo Partido Liberal (PL), que, na época, não tinha o ex-presidente Jair Bolsonaro como filiado. Bolsonaro só se filiou ao PL no dia 30 de novembro de 2021.

Outro detalhe interessante. Luiz concorreu pela coligação “A Rio do Sul que você quer”, na qual estavam o Partido Liberal (PL) e o Partido Democrático Trabalhista (PDT), partido considerado de esquerda e que hoje faz parte da base do Governo Lula. O grupo de Luiz apoiava Jean de Liz (PDT) para a prefeitura. O pedetista também não foi eleito.

E as respostas?

Quando vai sair a perícia da causa da morte do Francisco? O que realmente aconteceu? Ele cometeu suicídio, foi “abatido” por arma de fogo ou sofreu um infarto? As imagens mostram um corpo desfalecendo, o artefato caindo ao lado e depois explodindo. Existe alguma outra imagem que mostre uma mecânica diferente?

Que trailer é esse localizado no estacionamento do Anexo IV da Câmara dos Deputados que supostamente foi alugado por ele? Quem alugou para o Francisco? Quando alugou? Era um trailer legalizado/autorizado pelo poder público?

Que tipo de artefato foi encontrado enterrado nas proximidades da Praça dos Três Poderes? Neste período de frio e intensa chuva, como estavam armazenados? Eram bombas de fabricação caseira? Eram fogos de artifício? Quando foram enterrados? Em uma área de segurança nacional, constantemente monitorada, como uma pessoa conseguiu enterrar “bombas”?

Uma casa foi alugada por Francisco Wanderley em Ceilândia, região administrativa do Distrito Federal que fica a aproximadamente 33 km do local do “atentado”. Quando foi alugada? Quem alugou? Como a polícia chegou ao endereço do imóvel?

Que tipo de artefatos estavam no carro que explodiu? Os vídeos amplamente divulgados nas redes sociais mostram que havia fogos de artifício. Havia mais algum tipo de artefato?

O carro explodindo e a ação de Francisco em frente ao STF foram simultâneas? Se não foram, como foi a dinâmica? Foi ele que explodiu o carro? Segundo relatos de testemunhas, e que foram divulgadas pela imprensa, as explosões aconteceram quase que simultaneamente. Lembrando que na hora do acontecimento estava frio e chovia. O estacionamento do Anexo 4 da Câmara dos Deputados é perto do Supremo Tribunal Federal (STF), mas não é próximo! Se não foi ele quem explodiu o carro, o que aconteceu e como?

Outro detalhe que precisa ser investigado é em relação aos artefatos. Qual a relação e a experiência de Francisco Wanderley Luiz com fogos de artifício, bombas caseiras ou com qualquer outro tipo de artefato explosivo? Onde ele comprou?

Além das ameaças e intenções já amplamente divulgadas pela imprensa, havia realmente mensagem no whatsapp do Francisco onde ele falava em também matar o ex-presidente Jair Bolsonaro?

Apesar de parecer óbvio, os brasileiros precisam de respostas. É preciso deixar o ódio e a polarização política extremista em segundo plano. Agora, é hora de seriedade e imparcialidade! Qualquer coisa fora disso é ódio e raiva.

Encerro com um recado: há uma descrença imensa da população com as nossas instituições. As últimas eleições municipais deram o tom do tamanho do descontentamento. É preciso abandonar a “cegueira”. E sinceramente acho tem muita gente dos dois lados que está precisando de tratamento mental.

*Luciano Lima é historiador, jornalista e radialista

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