O café se transformou em um dos grandes vilões dos brasileiros nas gôndolas dos supermercados

O café se transformou em um dos grandes vilões dos brasileiros nas gôndolas dos supermercados

fevereiro 1, 2025 0 Por editor

O preço do café disparou nas últimas semanas e já é sentido por quem se depara com o aumento do produto nos supermercados. A alta tem como pano de fundo problemas climáticos e também um aumento do consumo da bebida cujo Brasil é o maior produtor do mundo.

O café foi o segundo item com o maior aumento de preços segundo a prévia da inflação, o IPCA-15, divulgado nesta sexta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com alta de 7%, ficou atrás apenas do tomate, que teve alta de 17% entre a metade de dezembro e a metade de janeiro. O preço do produto subiu 43% na comparação entre dezembro de 2023 e de 2024, segundo pesquisa nacional da empresa de tecnologia Scanntech.

O principal motivo que explica a alta do café são as questões climáticas como as altas temperaturas e a seca que atingiram estados produtores brasileiros e diminuíram a expectativa de colheita do grão para 2025. O Vietnã, outro país com grande produção de café no mercado global, também sofreu com o clima e teve redução no estoque colhido.

O resultado disso é menos café disponível para venda, escassez que fez o preço disparar nas gôndolas. Como a expectativa para este ano também é de menos colheita, a previsão é de que os preços permaneçam em alta no decorrer do ano.

Além da questão climática, um aumento da procura pelo café no mercado externo também contribui para a maior escassez e alta dos preços no país. Em 2024, o Brasil bateu o recorde de exportações de café em quatro anos, com alta de 13% nas vendas brasileiras ao exterior. A alta do dólar, que ficou acima dos R$ 6, contribuiu com essa alta nas vendas para o exterior.

Outros fatores como a desvalorização do real em relação ao dólar também são citados por dirigentes do setor como aspectos que contribuíram para a alta dos preços.

Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), o preço médio do produto no varejo até dezembro era de R$ 42,65.

Preços altos devem persistir até 2026

Se o consumidor já está preocupado com a alta dos preços, há ainda uma notícia pior: a situação deve continuar ao longo do ano, mantendo o café no papel de um dos “vilões” da inflação nos próximos meses. O diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), Celírio Inácio, explica que os preços devem permanecer elevados pelo menos até 2026 porque as lavouras precisam de um tempo para se recuperarem dos danos causados pelas condições climáticas.

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