Plano Collor: 35 anos de uma tragédia que interrompeu sonhos e vidas
março 16, 2025Por Luciano Lima
O dia 16 de março de 1990 é considerado um dos dias mais tristes da história do Brasil. Depois da posse do presidente Fernando Collor de Mello, a ministra da Fazenda, Zélia Cardoso, na tentativa de conter uma inflação de 84% ao mês, anunciava as medidas de um novo plano econômico que mudaria definitivamente a vida de milhões de brasileiros.
Não podemos esquecer que na semana da posse de Collor, o ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega, ainda da equipe do então presidente José Sarney, decretou feriado bancário nos dias 14, 15 e 16 de março, facilitando assim a implantação do trágico plano.
O novo pacote econômico, batizado de Brasil Novo e popularizado como Plano Collor, incluía, entre outras medidas de tentativa de estabilização, a troca da moeda de cruzado novo para cruzeiro, a criação de um imposto sobre operações financeiras, o congelamento de preços e salários por 45 dias, o aumento das tarifas de serviços públicos (gás, luz e telefone, entre outros), a extinção de 24 empresas estatais e a demissão de 81 mil funcionários públicos.
Das 27 medidas anunciadas naquele fatídico dia, nada seria mais perturbador do que o bloqueio das cadernetas de poupança. Estima-se que o governo tenha confiscado o equivalente a cerca de US$ 100 bilhões. Uma tragédia! Um dos mais desastrosos planos econômicos da história do Brasil.
O resultado do Plano Collor foram milhões de brasileiros falidos, enfartardos e muitos suicídios. E o drama que interrompeu sonhos e vidas está completando 35 anos neste dia 16 de março de 2025.
*Luciano Lima é historiador, jornalista e radialista
