Governo prepara medidas para classe média

Governo prepara medidas para classe média

maio 16, 2023 0 Por editor

Com programas lançados para a baixa renda, próximo passo é a faixa acima

A primeira missão do governo Lula foi retomar e acomodar no orçamento o Bolsa Família. O programa voltou, já ocupa lugar nas contas e não está ameaçado de cortes ou contingenciamentos. Em seguida, o executivo modelou o Programa Minha Casa, Minha Vida que deve corrigir problemas do passado. Originalmente, buscava-se terrenos mais baratos para as moradias. A questão é que trabalhadores de baixa renda foram parar muito longe dos centros urbanos; a chamada gentrificação.

Novo modelo

Em conversa com a equipe do VP, o ministro das cidades, Jáder Filho, confirmou a nova configuração. A ideia é ocupar centros urbanos ociosos onde a atratividade caiu muito e os imóveis estão desocupados. Com edifícios prontos e vazios, a tarefa pode ser mais rápida com a aquisição, reforma e entrega.

A meta é conseguir dar um salto rápido em volume de imóveis entregues no programa, colocando as pessoas em pontos centrais. A consequência é reduzir os custos de cada empreendimento, reduzir as contas das famílias que passarão a pagar menos pelo deslocamento e entregando mais unidades em um tempo mais curto (o VP tratou do tema no dia 28/04/2023). Além disso, o foco é reforçar os programas para a faixa 1; ou seja, aquelas com renda total de R$ 2.640,00.

Segundo andar

Com os programas em andamento e projetados, o próximo passo é atender à baixa classe média. Estamos falando de famílias com renda entre 3 e 5 salários mínimos. Uma das medidas já está em andamento e refere-se à economia de energia. O imposto para importação de painéis fotovoltaicos foi zerado e, agora, o executivo quer facilitar o financiamento aumento a geração de energia limpa e reduzindo a conta de luz das famílias.

Saúde

Outra medida que pode ter impacto no segmento é o aprimoramento do Mais Médicos com atendimento de maior complexidade. O governo tem estudado o tema com mais atenção depois do movimento de perda de clientes pelas grandes operadoras de planos de saúde. Os prejuízos cresceram muito entre as empresas do setor por uma série de motivos. O Brasil registra desde o governo Temer, aumento da informalidade, aumento dos custos das famílias e mesmo com mais de 50 milhões de brasileiros como clientes dos planos privados, a conta não fecha para muitas operadoras.

O contexto aponta para um ciclo perigoso no setor. Quando o resultado é prejuízo (foram R$ 11 bi no primeiro trimestre de 2022), as empresas tendem a cortar no atendimento ou aumentar os preços; ambas as medidas fazem com quem já tem dificuldade de pagar busque alternativas. Investir em saúde pública pode ser um meio de acolher essas pessoas.

Foto: Paulo Sales / acervo VP

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