
Análise da notícia: “De farol a retrovisor”
novembro 16, 2024Por Luciano Lima
No último dia 23 de outubro, o Correio Braziliense publicou o artigo “De farol a retrovisor” de autoria do ex-senador, ex-governador do Distrito Federal e professor emérito da Universidade de Brasília (UnB) Cristovam Buarque. É um texto que mereceu ser analisado.
Particularmente, não nego meu carinho por Cristovam Buarque, apesar de considerar que ele sempre aparece de forma meio atabalhoada e nos momentos mais improváveis. Mas tenho que reconhecer que o artigo é quase uma obra prima. O presidente Lula e as esquerdas deveriam pegar o texto, colocar em uma moldura e ler todos os dias.
Cristovam deixou duros recados no texto às esquerdas do Brasil, as quais ele considera incompetentes e que estão perdendo a capacidade de “encantar” as massas. O ex-senador escreveu ainda que o PT nunca apresentou uma estratégia eficiente de reforma social para erradicar a pobreza.
Sobre Educação, Buarque foi ainda mais duro. Segundo ele, “os governos progressistas se concentraram em aumentar o número de alunos no ensino superior e sem reformas estruturais na educação básica”. A crítica é uma realidade e é tão clara quanto o azul do céu. A educação brasileira está de mal a pior.

No entanto, o que mais me chamou a atenção no artigo publicado pelo Correio Braziliense está nos últimos parágrafos. É um recado sóbrio e verdadeiro sobre o comportamento de políticos e militantes de esquerda no Brasil. Foi um trecho tão perfeito que só vou transcrever.
Cristovam Buarque escreveu: “Com a arrogância de monopolistas da verdade, os militantes de esquerda se recusam a ver o esgotamento de seu discurso e acusam os eleitores de estarem errados ou apontam defeitos da direita, esquecendo que hoje a esquerda pratica os mesmos defeitos, passa a mesma falta de utopia e transmite menos confiança.”.
O professor emérito da UnB finalizou escrevendo: “Sem apontar rumo para o futuro e sem discurso para o eleitor atual, a esquerda se esgota, fica eleitoreira sem se ajustar ao que pensa e deseja o eleitor”.