O Distrito Federal não é um lugar seguro para quem opta pela bicicleta

Por Luciano Lima

Na noite deste domingo (24) uma ciclista de aproximadamente 30 anos morreu atropelada na Estrada Parque Taguatinga (EPTG), próximo ao Shopping DF Plaza, no sentido Plano Piloto – Taguatinga. O veículo responsável pela morte da ciclista foi um Hyundai HB20 prata. O motorista, que não teve a identidade divulgada, não sofreu ferimentos e dispensou atendimento médico.

Infelizmente, é mais uma vida perdida em uma cidade que não oferece nenhuma segurança para quem opta pela bicicleta, seja para a prática de esporte, lazer ou como modal de transporte. Aliás, estamos ficando acostumados com a impunidade daqueles que assassinam ciclistas em nossas vias. É preocupante e perigoso!

Apesar do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) garantir prioridade e segurança aos veículos menores e não motorizados, pouco se faz para que essa norma seja cumprida na capital do Brasil. A falta de educação de muitos motoristas ainda é muito grande. É uma ignorância inexplicável.

É inacreditável, mas em Brasília ainda existe uma cultura de que o carro é um símbolo de status e uma necessidade. Isso pode levar a uma mentalidade de que quem está a pé ou de bicicleta é “menos importante” nas vias.

Outro detalhe importante é a mentira que insistem em propagar de que Brasília é uma referência para quem anda de bicicleta. A insegurança acompanha o trajeto dos ciclistas do Distrito Federal. Se não bastassem os riscos no trânsito, os condutores estão sujeitos a assaltos com abordagem violenta dos bandidos.

Temos mais de 600 km de malha cicloviária que liga algum lugar a lugar nenhum. São ciclovias que não se interligam e a grande maioria são mal feitas.

Portanto, estamos à procura de gestores que tenham coragem para implantar uma nova cultura do respeito aos diferentes modais. Implantando pequenas políticas é que vamos alcançar grandes resultados.

*Luciano Lima é historiador, jornalista, radialista e um amante das bicicletas