
Bom dia (terça)
maio 2, 2023Clima de campanha
O ex-presidente, Jair Bolsonaro começa a viajar pelo país para participar de eventos com cara de campanha eleitoral. No fim de semana, esteve em Ribeirão Preto (SP), foi recebido por apoiadores com a presença de muitos seguranças. O objetivo era participar da abertura da Agrishow – Feira de tecnologgia para o agronegócio. Foi a primeira viagem depois do retorno do ex-presidente ao Brasil. O compromisso foi cancelado, a viagem não.
Agrisho(cha?)
O evento no interior de São Paulo criou um tremendo embaraço político. A Agrishow é a maior feira da América Latina de tecnologia para o campo. O maior patrocinador é o Banco do Brasil que é quem mais investe (leia-se: entrega, subsidia, facilita, cobra barato) no agronegócio brasileiro. Nenhum segmento recebem tanto incentivo e facilidades com os grandes empresários do meio rural. A primeira justificativa é a geração de emprego da cadeia produtiva com as mercadorias que puxam nossas exportações para cima. A segunda é o próprio volume de exportações. O problema é que o campo está cada vez mais mecanizado e emprega menos pessoas. Quando emprega, as condições de trabalho nem sempre são dignas, como temos visto. Já as exportações são importantes, são, mas poderíamos conceder os mesmos benefícios para setores de tecnologia com maior valor de mercado.
Voltando à saia-justa
Na semana passada, o presidente da Agrishow, Francisco Matturro, avisou ao ministro da agricultura, Carlos Fávaro, que o ex-presidente Jair Bolsonaro discursaria na abertura da feira e que se o ministro quisesse, poderia ir no dia seguinte. Desfeita ao ministro e ao patrocinador principal resultou a retirada do patrocínio. O ministro cancelou a agenda, o Banco do Brasil desembarcou e a organização correu para cancelar o evento de abertura, mas a lambança (ou não) já estava feita. O movimento não foi acidental e as consequências não foram uma surpresa para a organização, obviamente. Até mesmo por isso, o dinheiro do patrocínio perdido não deve fazer falta. Os empresários sabiam dos riscos envolvidos na agenda explosiva proposta para a feira.
Igualdade salarial
O Governo Federal criou um grupo de trabalho para estudar a igualdade salarial entre gêneros. A tarefa de integrantes de sete ministérios e Casa Civil é criar o Plano Nacional de Igualdade Salarial e Laboral entre Mulheres e Homens. O prazo para conclusão do Plano e apresentação é de 6 meses. O grupo terá encontros semanais para resolver as questões que envolvem o tema. Também há um projeto de lei com o mesmo tema o Congresso Nacional, mas que ainda não passou por apreciação no legislativo.
Regulação aplicativos
No discurso com sindicatos em São Paulo, Lula prometeu criar uma regulamentação para trabalhadores por aplicativos. Muitos profissionais preferem ser prestadores de serviços, mas outros gostariam de ter vínculo com proteções aos moldes da CLT. A meta é apresentar um formato em que seja possível contar com seguridade social dentro dos serviços prestados pela previdência. Uma ideia é criar uma plataforma nacional comum a todos os trabalhadores de todos os serviços de entrega ou transporte, onde podem ser calculados benefícios que as empresas teriam que pagar em benefício de quem faz parte do sistema.