
‘Home office’ volta ao debate
maio 8, 2023Modalidade encerrada no GDF está em discussão no Legislativo
Mesmo com o fim do status de emergência sanitária da Covid, o DF voltou a debater o trabalho remoto para servidores públicos. O tema está na Câmara Legislativa e segue causando controvérsia. Atualmente, não existe uma norma para regulamentar o trabalho em ‘home office’ no GDF. As atividades realizadas remotamente durante a pandemia foram todas reguladas por decreto do executivo. A questão é que, passada a pandemia, não restou uma previsão legal sobre quais atividades poderiam seguir sendo desempenhadas à distância e nem quais os parâmetros ou requisitos. O trabalho remoto foi encerrado no Governo do Distrito Federal em fevereiro deste ano.
A audiência pública foi um pedido do deputado distrital Rogério Morro da Cruz (sem partido). Segundo ele, trabalhar de casa é uma prática aprovada pelos trabalhadores.
“Está provado que dar aos trabalhadores essa opção resulta em ganho de qualidade de vida e economia para a administração pública.” – resumiu.
Já o deputado Gabriel Magno (PT) bateu na tecla da economia para os cofres públicos e no crescimento da produtividade. Sobre este ponto, a servidora pública, Lude Marieta, apresentou aos deputados um levantamento. Segundo ela, houve um aumento de 53% de documentos gerados no SEI (Sistema Eletrônico de Informações, programa utilizado para geração de documentos e processos eletrônicos adotado pelo executivo) enquanto as pessoas estavam trabalhando de casa.
Preconceito
Há um preconceito com o trabalho remoto, uma vez que não existe o controle presencial da jornada de trabalho. No entanto, empresas com altas taxas de produtividade adotam modelos do tipo sem prejuízo em termos de desempenho. Um ponto a ser ressaltado é o ganho de tempo para o trabalhador. Sem precisar de deslocamento, espera no transporte ou congestionamentos, há um ganho de tempo livre e isso impacta em qualidade de vida.
A ‘Salesforce’ empresa especializada em ferramentas de trabalho realizou uma pesquisa em 11 países e descobriu que entre os 20 mil entrevistados, 52% disseram que trocariam de emprego caso fosse possível trabalhar remotamente.
Impacto pouco conhecido
O trabalho remoto foi uma saída durante o período agudo da pandemia. A saída foi manter as pessoas em casa e o modelo trouxe redução de custos, bons resultados para atividades que se encaixam no perfil e praticidade para os trabalhadores. No entanto, a adoção do modelo ainda é recente e a experimentamos em larga escala por pouco tempo. Naturalmente, o ‘home office’ como modelo permanente traria desdobramentos – positivos e negativos – que desconhecemos atualmente. Como fica a relação entre trabalhadores e as empresas e processo? Como ficaria a saúde mental ao socializarmos menos com os colegas? São apenas algumas perguntas que só o tempo pode ajudar a responder.
Foto: Paulo Sales / Acervo VP