
Combustíveis: a ordem é baixar preços
maio 18, 2023Medida não chega aos postos e DF vê polêmica se concentrar nos postos
A Petrobrás anunciou uma nova política de preços para os combustíveis. Sai a paridade com o mercado internacional. Entra a correlação entre preços externos e a realidade interna. A ideia é que o valor cobrado do consumidor não seja tão baixo ao ponto de comprometer as contas da estatal, nem tão elevados que pressionem a inflação ou gerem algo pior.
Redução
De acordo com a Petrobrás, a redução do preço do GLP (gás de cozinha de 13Kg) é de R$ 8,97 para as distribuidoras. Já no caso do Diesel e da gasolina, o preço baixou R$ 0,44 e R$ 0,40, respectivamente. É importante destacar que esse não é o valor taxativo de redução nos valores. O preço de venda será definido pelo revendedor em livre concorrência e aqui começa a polêmica.
“O impacto será de 0,29 na gasolina tipo C e no diesel de 0,39 centavos.” – Trecho da nota do Sindicombustíveis sobre o impacto da nova política da Petrobrás sobre os preços nas bombas
Sobe e desce
Em sessão plenária de ontem, os deputados distritais disseram que houve aumento prévio nos preços no Distrito Federal. O objetivo seria, segundo os parlamentares, reajustar antes da nova política da Petrobrás e depois, quando a baixa chegar, voltar aos preços originais. A prática seria uma forma de manter tudo como está, preservando a margem de lucro.
“É uma patifaria o que estão fazendo com o consumidor, é caso de polícia”, reclamou o distrital, que sugeriu levar o assunto para a Polícia Civil.” – Chico Vigilante (PT)
“O que está acontecendo aqui é crime. Os donos dos postos precisam entender isso” – Pepa (PP)
O que dizem os revendedores
O Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do DF apoia a mudança da política de preços anunciada pela Petrobrás. O modelo anterior já vinha sendo muito criticado pelo presidente, Paulo Tavares. A empresa anunciou a distribuição de R$ 24 bilhões para os acionistas a partir dos lucros obtidos nas operações.
Em nova manifestação (adicionada abaixo) sobre a fala dos deputados distritais o Sindicombustíveis-DF afirma que o mercado é de livre concorrência e, por isso, os preços variam conforme o interesse de cada empresa. Adiciona a informação de que até hoje (18) as três distribuidoras que representam 90% do mercado ainda não repassaram a redução aos revendedores. Por fim, sugere que a investigação sobre o movimento dos preços se concentre nas distribuidoras e não nos postos.
Foto: divulgação / agência Petrobrás
Desequilíbrio estrutural
A matriz de transporte no Brasil é majoritariamente rodoviária e grandes subidas de preços geram risco para a atividade produtiva e logística. Segundo dados da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), apenas 20% do transporte de cargas é feito por trens em território nacional. Outros 5% passam por hidrovias. O restante é na carga de caminhões.